Os anos e, principalmente, Maria, transformaram Eduardo.
Na Lapa, o começo, em Botafogo, fim.
Impossível imaginar que aquela prostituta, tomada por debilitações, pudesse ser protagonista de uma história.
Eduardo não bastava. Queria mais.
Colecionou corações, mas sempre voltava ao único lugar para uma mulher como ela.
O tempo passou e a relação dos dois era de estranhamento.
Palavras eram veladas, algo estava pra acontecer.
E Eduardo fez explodir. Não matou Maria por pura insanidade.
Nada de racionalidade (ou falta dela), e sim amor e rancor, que estavam bem guardados.
Por todos os namorados que ela arranjou, pela falta do carinho que ele julgara receber.
Pensou que comprara o amor dela quando lhe tirou da prostituição e lhe deu dignidade. Mas ela vendia sexo, não amor.
Amor é sorte e Eduardo não a teve. Maria também não, pois, ao aceitar que lhe tratassem como gente, traçou seu destino: seis tiros em um quarto.
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terça-feira, 10 de agosto de 2010
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